A Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, realizou na quinta-feira (27/5) a live “Saúde integral da população negra”, no Youtube da Prefeitura de Contagem. A ação contou com a presença da ex-professora da Universidade Federal de Mato Grosso e ex-subsecretária de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, Maria Inês da Silva Barbosa, e da técnica do Núcleo de Promoção à Saúde da Secretaria de Saúde, Handula Janine. A mediação foi feita pela subsecretária de Direitos Humanos e Cidadania, Lorena Lemos.
A iniciativa faz parte do Programa “Contagem na Década Afrodescendente: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento” e compõe a programação da Semana de Enfrentamento ao Racismo no município, que vai até o dia 24 de junho, sempre às quintas-feiras. Neste período serão realizados debates com o objetivo de mobilizar e promover a reflexão para a importância de ações e do engajamento na luta antirracista no município.
Dentre os assuntos abordados na live, as convidadas conversaram sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), criada em 2009 com objetivo de superar as barreiras estruturais e cotidianas que incidem negativamente nos indicadores de saúde dessa população – precocidade dos óbitos, altas taxas de mortalidade materna e infantil, maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas e altos índices de violência.
De acordo com o IPEA, 67% dos usuários(as) do SUS são negras e negros. Assim, a PNSIPN visa a garantir o acesso da população negra a ações e serviços de saúde, de forma oportuna e humanizada, contribuindo para a melhoria das condições de saúde dessa população e para a redução das iniquidades de raça/cor, gênero, identidade de gênero, orientação sexual, geracionais e de classe.
As convidadas debateram também sobre ações estratégicas para implementar o serviço visando ao combate ao racismo institucional, como melhorar a qualificação das informações de saúde da população negra e, a partir disso, desenvolver ações que atendam às necessidades dessa população.
Maria Inês Barbosa ressaltou a importância do diálogo e dos debates sobre saúde, cidadania e racismo. “Falar sobre a saúde da população negra, quando você tem um sistema único que garante constitucionalmente o acesso universal e igualitário a todas as ações e serviços de saúde, requer que a gente se debruce sobre a nossa sociedade, assim como ela é constituída, e quais são as bases que formataram e formatam a sociedade brasileira”, destacou.
Já Handula Janine falou sobre a importância da efetivação de uma política anti-racista. “É necessário cada vez mais utilizar os nossos dados a favor de uma construção de uma gestão pública que expresse de fato as necessidades que os indicadores sociais de saúde estão apontando. Precisamos de estratégias robustas e consistentes”, afirmou.
Acesse AQUI a gravação da live.
Colaboração Isabela Melo